quarta-feira, agosto 30, 2006

Murmúrio








Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!


Aqui são quatro meses. Mas já faz bem mais tempo. Na verdade já faz mais de um ano. As dores de cabeça passaram, as dores de estômago passaram, e um mal estar ficou. Que pena que eu não sinto nem ódio nem desprezo. Só não quero que me toque. Na maioria das vezes eu não quero que ninguém me toque. Nem beijo no rosto, de amigo. Um aperto de mão já basta. Não sei lidar com essas coisas de afeto, que via de regra resultam em perdas.
Também dispenso a compaixão. Principalmente daquelas pessoas que sabem que eu sou consciente das minhas escolhas. Não quero orgulho pelas coisas prosaicas, para que eu não tenha que me esconder mais uma vez.
Nem tudo vai dar certo, mas eu sou perfeitamente capaz de conviver com isso. E há feridas que não cicatrizam, não importa o tratamento. E há ausência de ser e estar. Sei lá... Por enquanto eu sou apenas a tentativa fracassada da objetividade, num jornal que quase ninguém lê!

1 Comments:

Blogger Giul Martins said...

Eu tava lendo um livro do mario v llosa e tem uma frase bacana que tive que entrar na net pra lhe mandar... "Não existe jornalista abstêmio. A bebida inspira"
E qto ao post: e eu escrevo, escrevo, escrevo, colocam-me na função de promissor, vai dar o que falar e o oh do borobodó, mas o que eu vejo e os outros se darem bem e eu sendo passado para trás... mas quem sabe na próxima encarnação eu venha psdbista...rs

12:19 AM  

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