sexta-feira, fevereiro 24, 2006

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Enquanto não se cria, copia:


Desejos vãos

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!

Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a Árvore tosca e tensa
Que ri do mundo vão e até da morte!

Mas o Mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!

E o Sol, altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente!...


Florbela Espanca

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

minha fase de introspectiva gerou um monstro anti-social, é como o cara do laranja mecânica tentando resolver o que está errado nesse mundo capitalista.
E ainda por cima aguentando uschatos da facu. bjão. saudade.

1:06 PM  

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