quinta-feira, março 24, 2005

Águas de março


Tom Posted by Hello

É pau, é pedra, é o fim do caminho... Toda essa chuvarada, somado às condições da minha – sempre tem gente construindo ou reformando perto de casa – me fez lembrar “Águas de março”, do Tom Jobim. Reza a lenda, inclusive, que ele teve a idéia de compor a canção assim mesmo: a casa reformando, o céu desabando, impedindo o andamento das obras, olha daqui, olha de lá, e pimba!
Ainda bem que o Tom compôs a música. Eu não possuo envergadura intelecto-criativa-psicocultural para executar missão semelhante.
Ademais, no atual momento de crise existencial, que dia sim, dia não me assola – quem me conhece sabe que melancolia é inerente a minha personalidade – não conseguiria ver a chuva como algo que purifica, renova.
Certamente me entreteria com os raios e trovões, símbolos da tempestade amedrontadora e também com a força das águas: dá a vida e a destrói. Leva embora e nunca mais traz de volta.
Tanto ressentimento (na verdade, nem é bem isso), me ressabia, me envergonha. Eu acreditei na falsa esperança da purificação e me senti ainda mais suja. Mas eu de nada sei. Quem sabe das coisas é o Tom! “São as águas de março fechando o verão. É promessa de vida no seu coração”.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

sabe que de vez em quando é bom pegar uma chuva e sair andando pelas ruas, lavando a alma... lembra do dia que o céu desabou bem na hora de ir embora da facu, pois então tanta gente - seca ainda - irritada por estar chovendo e eu lá ensopado e feliz, renovado.

9:28 AM  

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