segunda-feira, julho 25, 2005

Princesa




Se você não pode me dar o mundo,
Então, não te quero mais.

Se pelos teus olhos eu não sou a mais bela,
Então, não quero nem mais um olhar seu.

Se você sabe que eu choro e nada faz para conter o meu pranto,
Então, não vale minha lágrima.

Porque você não tem coragem de matar os dragões,
Por isso, não te quero mais.

Se a distância física é um empecilho para nós,
Então, te quero longe.

Se você não é capaz de rir das minhas piadas.
Então, também não quero mais ver seu riso.

Porque enquanto eu estava à beira do precipício você não me estendeu a mão
Por isso, não quero nem mais um aceno.

Se você não pode me amar como eu mereço ser amada,
Então, me esqueça.

terça-feira, julho 19, 2005

Refúgio




Agora eu sei porque escrevo. Escrevo para mim. Escrevo porque não sei falar. Escrevo porque sou covarde demais para lutar. Escrevo porque sou feliz e porque sou triste. Escrevo porque não achei aquele livro da Cecília para me dar conforto. Escrevo porque é o que sei fazer. É só o que eu sei fazer...

Gostaria de ser lida, qual escritor não pensaria assim?

Tenho frio, tenho dor e tenho medo. Minha mente está tão cheia e meu coração tão ferido. Até que ponto eu sou ela e ela sou eu? Não quero saber! A última idéia nem coloquei no papel, mas ela insiste em ficar. E voltar e voltar e voltar. Não são como as grandes idéias que se esquece no minuto posterior. É o desvendar do enigma que insiste em se revelar mesmo contra vontade.

Vai... a noite é longa e fria e solitária. Não sei por quê insisto em escrever assim.

"Querido,

Tenho certeza de que estou enlouquecendo novamente. Sinto que não podemos passar por mais um desses terríveis momentos . E não me recuperarei desta vez. Começo a ouvir vozes e não consigo me concentrar. Portanto estou fazendo o que me parece a melhor coisa a ser feita. Você me proporcionou a maior felicidade possível. Você foi de todas as maneiras tudo que alguém poderia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até que esta terrível doença apareceu. Não posso mais lutar. Sei que estou arruinando sua vida, que sem mim você conseguiria trabalhar. E você há de conseguir, eu sei. Você vê que eu nem estou dando conta de escrever isto direito. Não posso ler. O que eu quero dizer é que eu devo toda a felicidade da minha vida a você. Você foi inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer que - todo mundo sabe disso. Se alguém pudesse ter me salvado, esse alguém teria sido você. Não resta mais nada em mim, exceto a certeza de sua bondade. Não posso mais continuar estragando sua vida.

Não acho que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes do que nós fomos.

V."

segunda-feira, julho 11, 2005

Novos ângulos, velha práticas



Acima, um ensaio fotográfico totalmente inspirado pela embriaguez... Se a foto foi horizontal ou vertical, bem, isto ainda é um enigma...

No momento, ouvindo Norman Bates e Los Hermanos, me distraindo com política, lamentando a MTV estar fora do ar, tentando escrever um artigo e claro, me sentindo a pessoa mais triste do mundo... E não há quem possa me convencer do contrário!!!
Este é o preciosismo da minha formação... MELANCOLIA!!! E eis um trecho de Eça de Queiroz, provando que o mundo dá voltas sem sair do seu lugar!!!


“O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há principio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja encarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!”

Eça de Queirós, no primeiro número da publicação “As Farpas”, editado em 1871.


P.S.: A demora foi novamente causada por problemas técnicos...